quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

MARCAS DE MOTOS: “as que mais se destacaram no mercado brasileiro em 2008”

Ao longo de 2008, dois momentos distintos aconteceram: um primeiro de grande aquecimento, o que tornou muito fácil para as marcas atuantes no Brasil alcançarem bons resultados e um segundo, no último trimestre, de retenção, que levará a uma melhor avaliação de estratégias, ações e posicionamentos, apesar de que, se houver um bom planejamento de seus produtos por parte das montadoras, acredito que os reflexos da crise atual não atinjam de forma fulminante o mercado de motocicleta. É natural a retração que ocorreu no mercado quando a crise “estourou”, mas as coisas aos poucos vão se acomodando de forma tal que, logo o mercado se normaliza. Como foi um segmento que tem se mostrado, dinâmico, ao longo do ano e baseados em pesquisa pública por sites de motociclismo, “ranqueamos” as 10 marcas de motos que se destacaram ao longo de 2008. Pela classificação se seguem:
1º. Lugar – DAFRA MOTOS


A Dafra Motos deu uma aula marketing e de busca do sucesso em seu dia-a-dia de atuação e resultados. Pena que as demais marcas, ao invés de seguir os bons exemplos dados pela Dafra Motos, na maioria dos casos, preferiram assumir uma posição totalmente na contra mão do mercado - inveja e desdém-. A empresa entrou no mercado brasileiro para atuar contra grandes marcas globais e, em pouquíssimo tempo de existência, já alçou a terceira posição no ranking das que mais vendem. Segredo do sucesso: simplicidade! A fórmula da Dafra Motos foi muito simples para ganhar mercado: Um mix de produtos com apenas 4 modelos, os que mais são procurados pelos consumidores brasileiros, preços acessíveis, rede estruturada para atender a demanda e muito investimento em propaganda, pois não adiante pensar que ser o melhor é o suficiente, tem que ser o mais o conhecido.
2º. Lugar - HONDA


Que detém mais de 70% do mercado brasileiro de motos é impossível que não figure entre as marcas que mais se destacam, mas, um sinal de alerta acendeu em 2008 para a Honda, ela perdeu e vem perdendo mercado.
Para manter a sua posição de líder absoluta do mercado brasileiro de motos, a Honda terá que fazer com que sua rede de distribuidores seja bem mais atuante, e menos acomodada, assim como, ela própria deverá se fazer bem mais presente na mente dos consumidores, pois cada vez mais alternativas estão surgindo e as diferenças técnicas entre uma marca e outra estão diminuindo. O ponto alto da Honda neste ano foi o lançamento da nova CG 150 Titan, que incorporou um visual que já vinha sendo adotado pela marca no exterior e que deverá ser bem aceito aqui também, mas demorou muito, assim como está demorando muito o lançamento da nova Twister. Se a Honda não foi mais ágil, correrá o risco de sofrer o que a Volkswagen sofreu no mercado de carros, passando de grande líder para 3a colocada, atrás de Fiat e GM. Isto sem contar a 125cc carenada sucesso na Europa e que aqui em terras Brasilis, o seriam.

3º. Lugar – HARLEY DAVIDSON


A legendária marca americana finalmente colocou os pés no chão e foi atrás dos consumidores. Deixou de lado a conversa fiada de "não vamos popularizar a marca" e lançou produtos com preços acessíveis para uma grande e maior gama de clientes poderem realizar seus sonhos com suas motos ícones. Maior exemplo disso foi o lançamento da Dyna, uma Harley-Davidson ao alcance de muitos, competindo ao mesmo preço com motos de outras marcas que, nem de longe, tem o apelo que a Harley tem.
Com a queda do dólar, a Sportster tornou-se um "pão quente" e o resultado é que hoje as revendas Harley-Davidson que há alguns anos atrás eram locais de marasmo, hoje são vibrantes, movimentadas e cheias de funcionários e compradores. Isso sem falar em todas as ações de promoção de integração de seus clientes, como o HOG e as "Experiences".

4º. lugar – YAMAHA

Dos mesmos mal que afeta a Honda, também padece a Yamaha, mas, pelo menos, esta última está procurando rejuvenescer mais a sua linha de produtos com vários novos lançamentos. Mais uma vez traçando um paralelo com a indústria de carros, a Yamaha está para as motos assim como a Ford esteve para os carros. A Yamaha ficou muito tempo com um mix de produtos muito acanhado e, mesmo assim, garantia seu lugar no mercado. Ameaçada, está revendo sua estrutura de distribuição e lançando grande quantidade de novos e atraentes produtos. A YBR 125 Factor agradou muito os consumidores brasileiros, mas ainda está mal posicionada em preço. A qualidade dos produtos da Yamaha é reconhecida como superior, mas precisa estar mais próxima de uma maior gama de potenciais consumidores.
5º. lugar- TRAXX


A Traxx está voltando! Após uma primeira investida de mercado, a Traxx teve um recuo e agora passa por nova fase onde deseja avançar bem mais sobre o mercado, mas, desta vez, bem melhor estruturada, e com novos produtos, e mais competitiva. A Traxx está ampliando sua rede de distribuidores por todo o Brasil com grande velocidade, e não está fazendo isso de forma irresponsável, nomeando qualquer um para ostentar a sua bandeira não. Os novos revendedores Traxx estão sendo empresários com boa capacidade de investimento para ter o retorno sobre seus investimentos no tempo devido, enquanto isso, oferecendo concessionárias com estruturas adequadas para firmar a marca com credibilidade. A Traxx contratou um dos principais executivos da Sundown, Rogério Scialo, e, com este, está montando uma estrutura de atuação apropriada para brigar diretamente com a Dafra e com a Sundown pela terceira ou quarta posição no ranking brasileiro.
6º. Lugar- SUZUKI


O grande problema da marca Suzuki no Brasil está diretamente vinculado às políticas adotadas pelo seu distribuidor exclusivo e oficial, a J. Toledo. Por causa disso, o consumidor brasileiro recebe produtos defasados em relação aos lançamentos mundiais e a preços muito altos. De qualquer forma, a Suzuki é uma marca com muito boa reputação no país, principalmente no segmento de maior cilindrada. Os lançamentos das V-Strom 650 e GSX-F 650 deverão alavancar muito as vendas da marca, mas também é esperado que seja trazida a GSX-R 250, o que aí sim seria um marco para o nosso mercado. Enquanto isso, a J. Toledo vem ampliando a rede de distribuidores, criando maior concorrência entre seus concessionários e forçando uma maior atuação com motos de menor cilindrada. Mas ainda tem muito trabalho pela frente.
7º. Lugar - BMW


A BMW parece estar começando a se dar conta de que o discurso de "não popularizar a marca" parece bonito, mas não gera resultados no balanço financeiro do final de ano e não paga as contas dos seus concessionários e de suas subsidiárias. No mundo todo, a BMW Motorrad fez vários lançamentos para entrar em mais segmentos nos quais simplesmente não detinha produtos e, até, começou a fabricar um modelo, a "nova" G 650 GS, na China, a fim de torná-la mais barata e, portanto, mais acessível para um maior número de clientes. A BMW está começando a ir aonde o povo está. De forma mais tímida que a Harley-Davidson, as revendas BMW começam a participar de exposições em shoppings, em moto encontros e a participar de encontros junto aos motociclistas, e não somente esperando que estes venham à sua loja. Parece que, pelo menos os concessionários da marca alemã, estão se dando conta de que tentar vender sempre para as mesmas pessoas não gera negócios suficientes e que suas atividades pressupõem vender e não ser comprados.
8º. Lugar – MOTOR Z


Embora ainda pouco conhecida e de pouca expressão no mercado de motos, a Motor Z teve a louvável iniciativa de dar um primeiro passo no sentido de apostar nas motos elétricas que, inevitavelmente, serão o futuro sobre motos. A tecnologia ainda está experimentando desenvolvimentos, mas já se encontra ao alcance de quem procura um veículo extremamente econômico e ecologicamente correto para deslocamentos urbanos.
9º. Lugar – KAWASAKI


Será que desta vez vai? Essa é a pergunta que circula entre os motociclistas. Finalmente foi desatado o nó com o distribuidor que deveria promover a penetração da marca no Brasil, a AVA. Agora a atuação será diretamente gerida pela própria Kawasaki, que já está iniciando a estruturação de uma rede, e que já teve a adesão de um ilustre, motociclista Emerson Fittipaldi, inaugurando uma revenda sua. A idéia é que até 2015 a rede estará cobrindo todas as grandes cidades brasileiras. Vamos torcer para que desta vez a Kawasaki, uma das quatro grandes japonesas, consiga efetivamente se estabelecer no Brasil.
10º. Lugar – SUNDOWN


A Sundown foi a grande "sofredora" do ano, por conta de sua própria gestão. Depois de ter conseguido chegar à terceira posição nas vendas de motos do Brasil, viu a Dafra passar por ela e não esboçou nenhuma reação. Pior, continua em declínio. As discórdias entre os principais controladores da empresa estão afetando sua gestão, cujo último presidente nem chegou a esquentar sua cadeira, sua rede de distribuidores, que está estagnada e imobilizada, apenas esperando para ver o que a Sundown irá fazer.A marca não fez absolutamente nenhum lançamento ao longo do ano, deixando envelhecer o seu mix de produtos. Ainda teve seu CD submerso em dois metros de água em Itajaí (SC). Enfim, a Sundown precisa urgentemente se reorganizar para dar melhor atenção à qualidade de seus produtos e à qualificação de sua rede e oferecer novos produtos. Mas pelo visto essa reação vai demorar mais do que o esperado. Pois a empresa, em vez de lançar sua street 250 cc ede sua motard – como já informamos aqui – na verdade isso não aconteceu e resolveu encolher novamente e lançar a motard 125cc, com apenas alguns grafismos diferenciados.

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