O Grande Prêmio da Austrália foi marcado por vários incidentes relacionados com o a instabilidade das condições climáticas no circuito, incluindo a desastrosa queda de Valentino Rossi na 14ª volta. Valentino Rossi passou Álvaro Bautista por dentro, para ascender a quinto, mas caiu assim que concluiu a manobra na 14ª volta. A crítica especializada já começa a dar sinal de comparativos entre Rossi e Stoner, mas são situações diferentes que precisam serem analisadas de acordo com a temporada e com as circunstâncias. Certo que Stoner conquistou o seu primeiro título com uma Ducati e Rossi apenas um pódio e permanceu entre os top 10 em várias etapas. Rossi carrega consigo uma "saga de campeão", e portanto a cobrança é bem maior.
Stoner foi mais forte, não apenas porque teve a melhor moto (e teve!), mas também porque soube aproveitar essa situação de forma inequívoca e inquestionável. Afinal, como Rossi antes fazia. O sucesso de Stoner cresceu, ao longo da temporada, e com o passar das corridas, na mesma proporção que o "desastre" da ligação Rossi/Ducati evoluía para mais caricatos e rebuscados episódios. Há de entender também que quando Livio Suppo deixou, discretamente, a Ducati e partiu para a Honda levou um plano consigo. E esse plano, entre outras coisas, consistia, essencialmente, em devolver a hegemonia da marca na categoria, apoiando-se naquele que, na opinião do "manager" transalpino, seria o único piloto capaz de bater Valentino Rossi, estivesse este aos comandos da moto que estivesse. Não quero estou com isso insinuar que Stoner é melhor que Rossi porque, no mano-a-mano, em duelo direto, como naquela inesquecível disputa de Laguna Seca, o italiano bateu o australiano. Casey, no dia do seu aniversário, conquistou novamente o título máximo do motociclismo oferecendo à Honda o primeiro título na categoria das 800cc, provando que o primeiro construtor mundial, afinal, também era capaz de ganhar e que só a sua cega aposta num inconsistente Pedrosa, impediu que tal acontecesse antes. E, também, provar que a Honda podia ganhar sem uma moto - by Rossi -. Para concluir a observação, tem que ser dita uma única verdade: Stoner, que foi o único piloto que ganhou com a Ducati 800, venceu no seu primeiro ano aos comandos de uma moto diametralmente oposta à anterior. No verso dessa mesma medalha, Rossi tem sucumbido à "síndrome vermelha" que antes já envergonhara um piloto talentoso como Marco Melandri, no primeiro ano em que se viu aos comandos da moto de Borgo Panigale, desentendendo-se de tal maneira que obrigou-o a buscar os gigantes japoneses, e desdobrar-se na procura de soluções. Nem o "Mago", Jeremy Burgess, deu certo desta vez. Bem, agora nos resta a pergunta. Rossi voltará aos seus dias de glória? Tenho certeza que sim. Mas não com a mesma facilidade, autoridade e arrogância de antes. Stoner com toda certeza não vai permitir que isto aconteça.
O piloto italiano falou a imprensa depois de sua desistência: “A queda foi uma grande pena porque podia ter terminado em quinto. Depois de uma largada razoável perdi algum terreno para o Nicky e Bautista, mas depois encontrei o meu ritmo e consegui passar os dois. Infelizmente, perdi a frente quando ultrapassei o Álvaro e estou mesmo desapontado porque não esperava que isso pudesse aontecer - lembro de ter feito váruios textos em que Stoner também reclamou desse problema na temporada passada-. É claro que, apesar de todo o trabalho, ainda não resolvemos este problema. De qualquer forma, tanto no Japão como aqui, podíamos ter somado bons pontos, mas ao contrário, terminamos zerados. Ainda estamos trabalhando e temos algumas coisas importantes para avaliar nos próximos testes.” É como já disse anteriormente, a temporada de 2012 com a introdução das 1000cc, promete ser bombástico em relação as disputas pelo lugar mais alto do pódio. Portanto, agora só nos resta esperar...
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