Finalmente oficial! A Ducati deixa de estar em mãos
italianas e passa a fazer parte do grupo alemão Volkswagen, negócio que estamos
acompanhando desde os primeiros rumores na imprensa internacional. Acabamos de
receber a primeira notícia oficial sobre as negociações que estava sendo
anunciada e veio acontecer ontem 19/4. A marca do grupo VW encarregada de
concretizar o negócio de aquisição da Ducati foi a Audi, que através do
presidente do seu conselho de administração, Rupert Stadler, se mostrou
bastante satisfeita pela concretização do “casamento” há muito anunciado. “A
Ducati é reconhecida mundialmente como uma marca premium entre os fabricantes
de motocicletas e, tem um longo historia de motos esportivas de grande sucesso.
Tem um grande conhecimento na fabricação de motores de alta performance e no
desenvolvimento de materiais leves. Além disso, é um dos fabricantes de motos
mais rentável do mundo, e por isso é um negócio ideal para a Audi”. Completou o
executivo alemão. Além de aproveitar a oportunidade de ficar finalmente com a
Ducati – relembramos que a VW tentou a aquisição em 2008 quando perdeu o
negócio precisamente para a Investindustrial -, a Audi irá “oferecer” a Ducati
a Ferdinand Piech, presidente do grupo Volkswagen, como presente pelos seus 75
anos de idade. Que presente heimmmm! Porem nem tudo parecem ser um “mar de
rosas” neste negócio ítalo-germânico, analistas financeiros mostram-se de certa
forma preocupados com esta fusão, pois o grupo VW ainda enfrenta alguns
problemas desde que adquiriu a Porsche e algumas das suas outras marcas, e aos
860 milhões de euros que a Audi pagou pela Ducati, tem ainda de se somar a
divida da marca de Borgo Paginale que ascende, a qualquer coisa
como 200 milhões de euros! Temos ainda um baixo rendimento
anual da Ducati - embora relativo- tendo em conta as necessidades de um “gigante” alemão que
necessita gerar muitos lucros, para não falar que de acordo com os mesmos
analistas financeiros, a incorporação da Ducati no grupo VW não irá trazer
benefícios em termos de desenvolvimento das respectivas marcas. A
"urubuzada financeira" não deve olhar apenas sob ponto de vista econômico! Para Ferdinand Piech
a viagem que o levou agora a deter o controle da Ducati foi bastante emocional
e, do ponto de vista da marca italiana, a passagem para mãos mais poderosas -
mesmo sendo alemãs- é bastante vantajosa tendo em conta os resultados que outra
marca italiana icónica tem obtido desde que passou também para este mesmo
grupo: a Lamborghini. Se com a Ducati se passar o mesmo que tem verificado com a
Lamborghini, os “ducatisti” deverão poder descansar as suas inquietações. Isto
também significa injeção de ânimo na Ducati Corse, e que resultados positivos
podem reverter consideravelmente à comercialização das motos de Borgo Paginale
Mas, embutida nesta negociação, uma sutil estratégia parece
fazer sentido. A Audi do ponto de vista das “quatro rodas”, deixa bem claro que
pensando na supremacia que continua a existir entre a Audi e a BMW no mundo dos
automóveis. Desde que a BMW entrou no segmento das superdesportivas com a
S1000RR, modelo que demonstrou a capacidade da fábrica de Munique em criar uma
moto capaz de entrar diretamente para a elite do mundo das duas rodas, a Audi
não teve capacidade de responder à altura o desafio… simplesmente porque não
tem uma divisão dedicada ao motociclismo como é a BMW Motorrad. Agora que a
Audi fica intimamente ligada à Ducati, todo e qualquer sucesso (ou fracasso)
esportivo, e mesmo a nível de vendas, será motivo de nova comparação com a
BMW e, este será um motivo muito forte para a Audi e o grupo Volkswagen não
perderem a oportunidade por estarem com a Ducati.
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