O australiano tornou-se na 20ª Lenda do MotoGP, juntando-se a um clube exclusivo que tem como membros Giacomo Agostini, Mick Doohan, Geoff Duke, Wayne Gardner, Mike Hailwood, Daijiro Kato, Eddie Lawson, Anton Mang, Angel Nieto, Wayne Rainey, Phil Read, Jim Redman, Kenny Roberts, Jarno Saarinen, Kevin Schwantz, Barry Sheene, Freddie Spencer, John Surtees e Carlo Ubbiali. Stoner terminou sua carreira no Grande Prêmio Generali da Comunidade Valenciana com o terceiro lugar no pódio após emocionante prova disputada em condições mistas de pista. O final da carreira surgiu cinco meses e meio depois de ter anunciando a decisão de deixar a competição no final desta temporada. Muito se esperava de Stoner quando, com 15 anos, estreou no Campeonato do Mundo como wild card em Donington Park, nas 125cc em 2001.
Tendo passado pelo mesmo sistema de academia que também produziu o que viria a ser o seu companheiro de equipe Dani Pedrosa na Honda, Stoner aproveitou e muito a corajosa decisão da família de vir para a Europa para desenvolver mais a sua carreira. A carreira em uma temporada fechada em GPs começou nas 250cc sob a tutela de Lucio Cecchinello em 2002, mas depois desceu às 125cc na temporada seguinte, onde o talento de Stoner começou a surgir com quatro pódio e a primeira vitória na última etapa do ano. Em 2004 ele lutou pelo título, conquistando a primeira vitória da KTM em Grandes Prêmios terminando a temporada em quinto.
O retorno de Casey às quarto de litro com a equipe de Cecchinello em 2005 proporcionou emocionante batalha pelo título com Pedrosa, onde conquistou cinco vitórias com a Aprilia e no ano seguinte ele e a LCR estrearam-se na categoria rainha do MotoGP aos comandos de uma Honda, com o australiano a mostrando seu brilhantismo – entre eles uma pole position na sua segunda corrida no Qatar e um segundo posto na Turquia – e, ao mesmo tempo, apresentando decepcionantes quedas, tudo fazendo parte da curva de aprendizagem. Mas ele mostrou-se bastante capaz para receber uma oferta da Ducati para rodar pela formação de fábrica na temporada seguinte, uma campanha fantástica.
A primeira vitória no MotoGP surgiu na primeira corrida de 2007, no Qatar, uma surpresa como o próprio piloto e a equipa confessaram. Mas assim que começou a obter vitórias na Turquia e China a corrida pelo título tornou-se um objetivo mais realista. A sua impressionante apreenstação na Catalunha, onde luta taco a taco com o penta-campeão do mundo Valentino Rossi, ficará para a história como uma das melhores corridas de todo tempo. Seguiu-se depois o seu domínio a meio da temporada com três vitórias consecutivas partindo da pole em Laguna Seca, Brno e Misano. Stoner conquistou o título a quatro etapas do final e terminou o ano de 2007 com dez vitórias, 14 pódios e cinco poles. Na defesa do título em 2008, Stoner lutou intensamente com Rossi com a dupla a degladiar-se em várias ocasiões, como foi o caso do duelo de Laguna Seca de ainda hoje se fala como uma das mais emocionantes batalhas dos últimos tempos. O australiano acabou terminando a temporada como vice-campeão atrás do rival italiano, isto apesar de seis vitórias e nove poles numa forte segunda campanha aos comandos da Desmosedici.
O ano de 2009 não foi fácil para Stoner, com a fadiga provocada pela descoberta de intolerância à lactose a meio do campeonato o levou a ausentar-se de três corridas depois de ter visto a sua condição física na moto ser bastante afetada. Ainda assim, terminou a temporada em quarto da geral. O ano de 2010 foi bem mais fácil, somando três vitórias – todas no último terço do campeonato – numa Desmosedici muito difícil de "domar". Nessa época Stoner tinha havia anunciado que iria correr pela Repsol Honda Team em 2011. A mudança revelou-se um grande sucesso com o campeão mundial de 2007, mostrando o mesmo tipo de domínio que lhe valeu o primeiro título. A pole position e vitória na primeira corrida no Qatar foi sinal do que estava por vir e quando Stoner venceu a corrida de Phillip Island para conquistar o título a duas provas do final, tinha já nove vitórias em seu nome. Juntou-se a isso uma incrível consistência que lhe permitiu terminar sempre no pódio exceto numa corrida – a segunda jornada em Jerez onde caiu sem culpa. Ao vencer pela quinta vez consecutiva em casa, na Austrália, Stoner não só conquistou o segundo título Mundial, mas a 32ª vitória da carreira no MotoGP depois de ter partido da pole – a 11ª pole da temporada, o que se revelou novo recorde de maior número de largadas da primeira posição da grid numa temporada na era do MotoGP de 4-tempos. Stoner foi para para 2012 como favorito depois do domínio de 2011, contudo as primeiras corridas revelaram que Jorge Lorenzo seria um rival muito mais forte que no ano anterior. Juntando-se a isto, os rumores da sua retirada começaram a ser ouvidos a partir da segunda corrida do ano, em Jerez, com o australiano acabando por confirmar tudo em Le Mans. O seu ano foi depois cruelmente interrompido com uma feia lesão contraída numa queda em Indianápolis da qual resultou a fratura do tornozelo direito e danos sérios nos ligamentos, o que o obrigou a ficar de fora em três corridas.
Ele voltou à ação no Japão, mas só na sua última corrida em casa, em Phillip Island, é que voltou a mostrar todo o seu valor ao marcar uma das mais dominadoras apresentações do ano. Ele despediu-se na última corrida do ano em Valência com um pódio, garantindo o terceiro posto no Campeonato com cinco vitórias, dez pódios, cinco pole positions e dez largadas da primeira linha. Stoner retirou-se aos 27 anos depois de conquistar dois Campeonatos do Mundo de MotoGP, 45 vitórias em Grandes Prêmios, 89 pódios e 43 pole positions.
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